domingo, 1 de maio de 2011

O décimo terceiro jogador





Que a camisa 12 pertence à Massa, ninguém tem dúvidas, mas o último jogo me trouxe a certeza de alguém que está querendo conquistar a camisa 13, ser o décimo terceiro jogador em campo, uma nova convertida; a bola.
Na primeira metade da partida, a bola não quis passar da linha do gol de lá, pois atrás não tinha ninguém, além de umas cadeiras frias. Ela queria adrenalina, explosão, emoção. Muitos não sabem, mas, às vezes, a bola escolhe em que gol entrar e quando entrar, e nesse jogo ela escolheu mais uma vez.
Quando o adversário marcou primeiro, talvez a bola nem tivesse escolhido ainda, mas quando foi parar no fundo das redes, os adversários a maltrataram tanto, que ali ela tornou-se alvinegra.
E quando a bola escolhe um lado, amigo, pode expulsar jogador, técnico e até o presidente do time, que ela ainda estará com a bandeira escolhida. Inexplicavelmente, quem não acertava lançamentos passa a acertar, as chuteiras parecem ter cola quando o atacante parte para um drible e até o meia quando vai dominar no peito, recebe um abraço carinhoso da redondinha.
Foi assim quando o Atlético começou a trocar passes e tamanha era a vontade da bola em resolver tudo aquilo, que em algumas tabelas, ela sequer chegava no pé de um jogador e já tomava um rumo diferente para enlouquecer os adversários.
A torcida cantando que o Galo era o time da virada, o time do amor, mesmo com os apitos de um homem de camisa amarela carregados de más intenções, mesmo com um adversário de pancadas maldosas, fez a bola passar pela linha da cal novamente.
Como ainda era somente um empate, ela somente beijou as cordas brancas da rede, espiou a festa que acontecia na arquibancada e voltou para o meio do campo, pois precisava terminar o trabalho.
Não demorou muito e ela teve sua chance. Eu fiz questão de ver o lance do segundo gol várias vezes e tenho a certeza que aquele lançamento bateria nas costas do zagueiro ou sairia na linha lateral, mas ela, a bola, achou que aquele era o momento de decidir.
A raiva com que ela entrou no gol foi tanta, que ela agarrou os dentes na redes e tentou de todo jeito subir para comemorar com os atleticanos que entravam em estado de êxtase nas arquibancadas. Como não pôde, a bola resolveu levar a festa para o gramado.
Um trava-língua começou quando a torcida cantava ‘olê olê olê olê olê’, e a bola ia de um lado para o outro, puxando um olé, um olé durante a ola que girava no estádio. Entendeu? Era ‘Olê, olé, ola, olé’. Uma cena tão linda, tão mágica, que ali estavam perdoados todos os pecados da bola por ter escolhido o Atlético.
O próximo jogo tem data marcada, e a bola já comunicou com uma amiga, a taça, e dizem que essa prometeu que não vai para outras mãos, senão as da Nação Alvinegra.
ABRAÇO NAÇÃO!
www.twitter.com/faelgalo10
*Fotos de GABRIEL CASTRO

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