segunda-feira, 18 de abril de 2011

Atlético-MG muda postura e investe alto por títulos de expressão


Clube gastou R$ 23 milhões com reforços em 2011, tudo com jogadores que podem dar retorno financeiro




Dudu Cearense custou R$ 2,5 milhões ao Atlético-MG e assinou contrato de três anos

Durante muito tempo o Atlético-MG ficou marcado por não conseguir fazer contratações e perder jogadores quando disputava o reforço com outros grandes clubes. Os casos dos meias Camilo e Gérson Magrão, dados como certos na Cidade do Galo e que foram parar na Toca da Raposa, foram os símbolos desse período de falta de credibilidade atleticana no mercado do futebol.

Sem conseguir disputar jogadores medianos, os investimentos com recursos próprios eram algo fora da realidade do Atlético-MG. O presente de aniversário para torcida em 25 de março de 2008, quando o clube completava 100 anos, foi o meia Petkovic. Naquela altura o sérvio estava com 36 anos. Outros veteranos vestiram a camisa atleticana nesse período, como o também meia Souza, que chegou para a sua segunda passagem pela Cidade do Galo.

A partir de 2009, na gestão Alexandre Kalil, as coisas começaram a mudar. Eleito em outubro de 2008, uma das primeiras contratações, em janeiro, foi o atacante Diego Tardelli. Investimento de R$ 2,5 milhões, um dos maiores da história do clube. Parte do valor era uma dívida que o Flamengo tinha com o clube mineiro, por conta da compra do goleiro Bruno.

Dois anos e dois meses depois, o atacante foi vendido por R$ 11,5 milhões. E assim segue o Atlético-MG, apostando em jogadores conhecidos, mas jovens e com valor de marcado. Depois de Tardelli, chegaram ao clube Muriqui, Obina, Nikão, Neto Berola, Daniel Carvalho, Diego Souza, Réver, Patric, Toró, Richarlyson, Giovanni, Lee, Luiz Eduardo, Guilherme Santos, Guilherme e por último Dudu Cearense.

Somente com os jogadores que chegaram em 2011, o Atlético-MG, junto de parceiros, gastou mais de R$ 23 milhões. Disparado a maior quantia para se montar um elenco em 103 anos de clube. O que faz a eliminação na Copa do Brasil ter mais peso e a responsabilidade crescer nas competições que o time tem pela frente. Valor que vai ter um acréscimo, já que a diretoria não esconde que negocia com um jovem atacante que atua no futebol brasileiro, embora não revele o nome.

Seja com investimento próprio ou com ajuda de parceiros, todos os jogadores citados chegaram ao Atlético-MG com menos de 30 anos e contratos com pelo menos dois anos de duração. Muriqui, Obina e Diego Souza já deixaram o clube, que faturou algo em torno de R$ 5 milhões com as vendas, além de manter 17% do meia que está no Vasco.


Foto: Divulgação
 
Guilherme é a contratação mais cara da história do Atlético-MG e chega com a missão de comandar o ataque alvinegro no Campeonato Brasileiro
Segundo Alexandre Kalil, o trabalho feito no Atlético-MG não tem mistério. Valorização da marca, com crescimento do patrocínio e do valor recebido da televisão, são dois exemplos usados pelo mandatário alvinegro. “Quase todas as contratações nossas são recursos próprios, mas você não monte um time do dia para a noite. O torcedor pode acreditar, o Alexandre é um presidente diferenciado. Ele arrumou a base, arrumou a alvenaria, arrumou o telhado e agora vem com a mobília na casa. Vamos sair na frente”, disse o diretor de futebol do clube, Eduardo Maluf, um dos responsáveis pela mudança no perfil das contratações.
“Em três anos contratar 60 jogadores em três anos não é nada exorbitante, uma média de 20 jogadores por temporada. Principalmente quando você tem oportunidades. Recebi um telefone da Europa querendo contratar o Nikão, que foi comprado por dez parcelas de R$ 50 mil. O Guilherme (Santos, lateral-esquerdo) veio de graça. Então temos que olhar o campo e tentar” revela Alexandre Kalil, que tem 63 contratações desde que assumiu a presidência, mas com quase 40% dos jogadores dispensados ou afastados do elenco principal.

Veteranos
Os jogadores veteranos não perderam a vez no Atlético-MG, só perderam o status. Se antes o clube pagava ao Figueirense para ter César Prates, que chegava como solução para a lateral-direita, agora os jogadores acima dos 30 anos chegam de graça e para completarem o elenco. Os atacantes Magno Alves e Marquinhos Cambalhota, esse último ainda nem chegou a Belo Horizonte, não foram contratados com a responsabilidade de comandarem o ataque.

Para isso o clube paga R$ 14,5 milhões em Guilherme, contratação mais cara da história do Atlético-MG. Filosofia adotada em 2011, já que em 2010 o clube ainda gastou dinheiro para trazer o zagueiro Cáceres e o meia Méndez, ambos acima de 30 anos, que não renderam o esperado e deram prejuízo ao clube.
Com a política de investir para ter retorno em campo e nos cofres, a diretoria do Atlético-MG planeja mudar o rumo da história alvinegra, conquistando títulos, vendendo jogadores por valores acima do que gastou e com a situação financeira cada vez mais forte.
“Queremos um jogador com perfil moderno, que seja inteligente e que jogue com o clube”, resume Eduardo Maluf.

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