segunda-feira, 6 de junho de 2011

Impacto financeiro com o Mineirão fechado é maior no Atlético-MG


Clube faturou R$ 5,5 milhões a menos com ingresso em 2010 e renda de 2011 ainda não chegou a R$ 1 milhão

Sem estádio em Belo Horizonte, o torcedor que mora na capital gasta mais para acompanhar sua equipe em Sete Lagoas ou nas outras cidades já percorridas pelas três grandes equipes de Minas Gerais. Além do ingresso e dos gastos no estádio, o transporte é o que mais pesa. Se antes era possível gastar apenas R$ 5 com ida e volta ao Mineirão, de ônibus, agora não sai por menos de R$ 30, também de ônibus.
Nesse ponto, o maior afetado foi o Atlético-MG. De acordo com o balanço do clube, a queda com receita de bilheteria caiu R$ 5,5 milhões de 2009 para 2010, sendo que o clube ainda jogou no Mineiro durante o primeiro semestre. Se comparado os primeiros seis meses de 2011 com o mesmo período do ano passado, a previsão é para uma queda ainda maior. Até agora o Atlético-MG arrecadou pouco mais de R$ 700 mil com bilheteria, sendo que ano passado superava os R$ 6 milhões na partida contra o Ceará, a última antes do fechamento do Mineirão.O impacto financeiro também atingiu os clubes. Com um estádio menor e um custo maior para o torcedor, os públicos raramente superam os 20 mil pagantes. Isso ocorreu somente nos jogos do Cruzeiro no Parque do Sabiá, contra Corinthians, Flamengo, Fluminense e São Paulo, já que a Arena do Jacaré tem limite para 18 mil pessoas.


Atlético-MG levou pouco mais de 100 mil pagantes nos primeiros meses de 2011, contra 356 mil no mesmo período em 2010
Já o Cruzeiro teve uma queda bem menor no faturamento da bilheteria. Além de cobrar um ingresso mais caro, o clube celeste optou em fazer algumas partidas em Uberlândia. Lá conseguiu ter estádio cheio contra Flamengo, Corinthians e São Paulo, mesmo sendo a torcida visitante em maior número.De acordo com o balanço divulgado pelo Cruzeiro, a queda na bilheteria não chegou a R$ 300 mil, também em função do programa Sócio-Torcedor, hoje com três mil participantes.
Fora do campo
Além dos torcedores e dos clubes, os vendedores ambulantes também foram afetados diretamente com o fechamento do Mineirão. Muitos trocaram de ramo, já outros enfrentam os 70 quilômetros que separam Belo Horizonte até Sete Lagoas. Mas nem sempre a viaja compensa. Para Vitor Hugo, vendedor de bandeiras e faixas, o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, pela segunda rodada do Brasileiro, não foi bom.
“O movimento está fraco. Até agora vendi apenas duas bandeiras, o que não paga nem minha passagem (cerca de R$ 30). Pena não ser como foram os dois jogos da final do Campeonato Mineiro”, disse o vendedor à reportagem do iG, 30 minutos antes da partida que não teve dez mil pagantes.
A proibição na venda de cerveja foi o grande motivo para muitos vendedores não frequentarem a Arena do Jacaré. Apesar da proibição, alguns até arriscaram vender cerveja no estacionamento do estádio, mas logo eram entregues por moradores da região. Se no entorno do estádio a venda é proibida, nas casas próximas a comercialização é livre. Algumas varandas são transformadas em bares nos dias de jogos, e vendem desde cerveja até cigarros.

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