sábado, 22 de outubro de 2011

Firme na defesa, Atlético-MG bate o tenso e desfalcado Fluminense: 2 a 0

Time de Cuca tem pouca posse de bola, mas aproveita bem as chances e resolve o jogo na etapa inicial. Abel sofre sem Fred


No duelo do desfigurado aspirante ao título contra o ameaçado de queda, brilhou a estrela daquele que já ajudou o Fluminense em arrancada histórica na luta para se manter na Série A em 2009. Cuca aproveitou os desfalques de Abel Braga e armou um Atlético-MG traiçoeiro, explorando bem os contra-ataques, diante de um adversário nervoso na ausência de sua principal estrela, Fred, suspenso. O Atlético-MG venceu por 2 a 0 no Engenhão, esfriou a boa fase tricolor e teve alívio momentâneo na tabela.
O resultado tira o Atlético-MG temporariamente da zona de rebaixamento, com 33 pontos, dois a mais que o Cruzeiro, primeiro do Z-4. O time mineiro enfrenta o Atlético-GO neste domingo, às 18h, na Arena do Jacaré. Já o Fluminense, em quinto,  pode ser ultrapassado neste domingo se o São Paulo vencer o Coritiba neste domingo, às 16h, no Morumbi.
Na próxima rodada, o Fluminense vai a Fortaleza enfrentar o Ceará no sábado, às 18h. Já o Atlético-MG recebe o Palmeiras, domingo, às 18h.
Flu tem maior posse de bola, mas incomoda pouco
Abel Braga fez um treino secreto durante a semana, teve o segredo desvendado, e reclamou da imprensa antes de a bola rolar. Parecia sentir que a noite não seria tranquila. Mesmo com mais de 70% de posse de bola no primeiro tempo, o treinador viu a aplicada equipe de Cuca abrir 2 a 0 na etapa inicial. Um placar estranho pelo pouco volume de jogo dos mineiros, mas facilmente explicável pela falta de de poder de fogo tricolor. Sem Fred e Rafael Moura, o ataque formado por Martinuccio e Rafael Sobis quase não incomodou os defensores atleticanos. A ausência de Marquinhos  também era sentida.
O Atlético Mineiro viajou ao Rio para se defender e explorar contra-ataques. Pela direita, Carlos Cesar tentava aproveitar os avanços de Carlinhos, com auxilio do experiente Mancini no setor. Na esquerda, Bernard disparava nos espaços deixados por Mariano. O veloz atacante conseguiu uma jogada que deu tranquilidade ao Galo nos minutos iniciais. Prendeu a bola na área, driblou e foi derrubado por Mariano. Daniel Carvalho pediu a bola para Mancini e abriu o placar de pênalti, cobrando rasteiro, aos 12.
Foi a senha para o Atlético se fechar ainda mais. Com mais espaço, o Fluminense passou a conseguir trocar passes no meio, algo que não vinha acontecendo até então. Apesar do volume, o time de Abel, em vez de buscar objetivamente o gol de empate, passou a procurar um pênalti. Primeiro, Carlinhos se jogou em disputa com Carlos Cesar. Depois, Martinuccio caiu abraçado a Pierre. O juiz José Pierre Lima mandou seguir o jogo nos dois lances.
A melhor jogada trabalhada pelo Fluminense só surgiu aos 42, quando Lanzini entrou na área, driblou Leonardo Silva e cruzou bem. Com o goleiro batido, Rodrigo não conseguiu chegar para a finalização. Para piorar, três minutos depois, Daniel Carvalho levantou a bola na área e André se antecipou de cabeça: 2 a 0. Márcio Rosário, que acompanhou o atacante na jogada, reclamou dos companheiros.
- O Abel tinha avisado. Nossos dois zagueiros marcariam os zagueiros deles. Tive de abandonar o meu e não consegui chegar (em André). Não pode deixar os caras livres na bola aérea - comentou.
Galo se fecha mais e segura  o placar
Abel Braga decidiu voltar para o segundo tempo com Araújo no lugar de Rodrigo. Mas a primeira chance foi do Galo. Márcio Rosário, que reclamara no intervalo, deu motivo para ser alvo de lamentações. Praticamente ajeitou uma bola de cabeça para Daniel Carvalho puxar contra-ataque. O meia esticou para Mancini, que avançou sem marcação e chutou por cima do travessão.
A torcida tricolor, irritada, pedia Souza. Rafael Sobis errou um chute, Carlinhos furou uma dominada. Os gritos de incentivo viravam vaias. Aproveitando o clima, Daniel Carvalho arrancou pelo meio e rolou para André chutar de novo. Diego Cavalieri espalmou de forma esquisita para frente. O clima era favorável a Cuca.
Aos 15, Abel decidiu mudar de novo. Tirou Fernando Bob, muito vaiado, e colocou Souza. Cuca respondeu com Richarlyson no lugar de Mancini - que não gostou de sair, apesar de cansado. As mudanças mantiveram o panorama do jogo, com o Fluminense tentando pressionar, mas criando pouco. O time insistia em levantar bolas na área, mesmo sem seus melhores cabeceadores, diante de um adversário com dois zagueiros altos.
Na última tentatia de mudar o cenário, Abel colocou Ciro no lugar de Martinuccio. Para insistir nos contra-ataques, Cuca escalou Neto Berola na vaga de Fillipe Soutto. O time mineiro seguiu seguro, e Richarlyson ainda acertou uma bola no travessão.
Aos 38, Leandro Eusébio sofreu falta na entrada da área. O juiz marcou, mas expulsou o zagueiro por reclamação (pediu amarelo para o adversário). Souza cobrou a falta nas mãos de Renan. Com um a mais, o Atlético-MG teve calma suficiente para segurar a preciosa vitória na luta contra a queda.

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