Com um a menos na etapa final, Galo vence gaúchos com gols de André e de Marquinhos Cambalhota, que não jogava havia nove rodadas
A Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, era o cenário dos mais propícios para um confronto repleto de emoção, luta e dramaticidade. O Atlético-MG, mesmo com um pouco mais de tranquilidade na tabela após duas vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, ainda luta contra o perigo da queda para a Série B de 2012. Já o Grêmio, no meio da tabela, buscava mais três pontos para ainda sonhar com uma possível classificação para a próxima edição da Taça Libertadores.
E deu Galo! Com um gol de André, no primeiro tempo, e outro de Marquinhos Cambalhota, no segundo, o time mineiro conseguiu a terceira vitória em sequência pela primeira vez nesse Brasileirão (já havia vencido o Fluminense, no Engenhão, e o Palmeiras, em Sete Lagoas). O atacante não entrava em campo desde o dia 17 de setembro, na derrota para o Atlético-GO, na 24ª rodada. Mesmo com um jogador a menos durante quase toda a segunda etapa, já que Neto Berola foi expulso pelo árbitro Wilson Luiz Seneme, os jogadores atleticanos se mantiveram firmes e seguraram o resultado. O Grêmio pressionou bastante, mas esbarrou nas boas defesas de Renan Ribeiro, nos arremates na trave e nos contra-ataques atleticanos.
No próximo sábado, o Atlético-MG encara o Figueirense, às 19h (de Brasília), em Florianópolis. Já o Grêmio receberá o Palmeiras, no Olímpico, em Porto Alegre, às 17h, no domingo.O público presente na Arena do Jacaré foi um espetáculo à parte. Ao todo, 17.387 pagantes (renda de R$ 108.285,00) sofreram, mas, no fim, fizeram a festa nas arquibancadas. Com a vitória, o Atlético-MG se manteve na 14ª colocação, mas com 39 pontos, a sete do Ceará, primeira equipe presente na zona de rebaixamento - o time nordestino joga neste domingo, contra o Avaí. O Grêmio, por sua vez, se manteve na nona posição, com 46 pontos, distanciando-se da briga por vaga na Libertadores 2012. Os gaúchos ainda poderão ser ultrapassados por Santos e Coritiba, que entrarão em campo neste domingo.
Vantagem na insistência
A torcida atleticana deu um show, talvez ainda mais empolgada por o azul ser a cor inimiga no confronto. Embalada pelas duas vitórias consecutivas, a massa não poupou o maior rival, ultrapassado na tabela na última rodada. Gritos como ‘arerê, o Cruzeiro vai cair para Série B’ e caixões com escudos celestes fizeram a festa dos mais empolgados antes da partida.
Em campo, Cuca conseguiu repetir o time que venceu o Palmeiras, na última rodada. O lateral-direito Carlos César, única dúvida antes da partida, também esteve em campo. O Grêmio, por sua vez, apostou em André Lima como referência no ataque, municiado pelos meias talentosos Douglas e Marquinhos.
E foi André Lima o primeiro a criar uma jogada de perigo. Em dois lances, o atacante conseguiu emudecer o estádio lotado. Porém, errou ao finalizar diante de Renan Ribeiro e, depois, marcou, mas em impedimento.
O equilíbrio marcou a partida, apesar de os mineiros terem maior posse de bola. O goleiro Victor apareceu bem em chutes de fora da área, mas, quando precisou segurar firme o arremate rasante de Fillipe Soutto, não conseguiu e deu rebote. Aos 41 minutos, a bola sobrou para André marcar o gol, para alegria da massa alvinegra em Sete Lagoas.
Ao fim da primeira etapa, os atleticanos desceram para os vestiários ovacionados. Os gremistas, por sua vez, pressionaram o árbitro Wilson Luiz Seneme e alegaram irregularidade no lance do gol alvinegro.
Inferioridade em campo, mas vantagem no placar
O que parecia festa se tornou apreensão para os donos da casa. Depois de receber o amarelo, Neto Berola, exausto, pediu para sair. O técnico Cuca, no entanto, pediu para que o jogador permanecesse no gramado. Ledo engano. O atacante fez falta infantil em Júlio César e recebeu o segundo amarelo. O lance provocou a revolta de parte da torcida com o treinador.
Com a vantagem numérica e a desvantagem no placar, o time gremista partiu com tudo em busca do empate. Mas quem levou perigo foi Daniel Carvalho, que acertou o travessão em cobrança de falta. O Grêmio não deixou por menos, e Mário Fernandes também acertou o poste de Renan Ribeiro. Frio na espinha atleticana.
A esquerda do ataque gaúcho era um tormento para a defesa do Galo. Júlio César e Escudero desciam com perigo e davam muito trabalho a Bernard e Serginho. Celso Roth colocou o atacante Leandro no lugar de Rochemback e Gabriel na vaga de Marquinhos.
O tempo passava, e o Galo recuava. O Grêmio pressionava, mas a estrela de Cuca brilhou. Ao invés de colocar Magno Alves no lugar de Daniel Carvalho, para dar velocidade ao contra-ataque, o treinador optou por Marquinhos Cambalhota. E ele, aos 30 minutos, recebeu na entrada da área, teve tempo de escolher o canto e soltar a bomba. Alívio alvinegro.
Com a ampliação no placar, o atleticano, que havia xingado o treinador, após a expulsão de Berola, bradou o nome de Cuca. E houve tempo ainda de ovacionar o goleiro Renan Ribeiro, que fez defesa espetacular em chute à queima-roupa de Escudero.
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